quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Vale dos Castores -Tierra del Fuego - Ushuaia - Argentina








Desconhece-se o número exato de castores que habitam esta região. A maioria das fontes estimam sua população entre os 70.000 e 100.000 exemplares, ainda que alguns calcularam que poderiam ser até 200.000. Pensa-se que somente na Ilha Navarino há aproximadamente 20.000 indivíduos. Independentemente de seu número, os castores causaram graves alterações nos ecossistemas da zona, principalmente no Chile, onde o problema tornou-se tão extremo que se permitiu a caça de 10.000 exemplares por ano para reduzir sua população, além de permitir a venda de suas peles e carne. Como resultado, entre 2004 e 2007 se caçaram na Terra do Fogo cerca de 11.700 castores. Na Argentina, a Legislatura da Província da Terra do Fogo qualificou ao castor como "espécie danosa e prejudicial". Ao princípio não contavam com depredadores na zona, o que influiu notoriamente em sua rápida expansão, mas com o passar do tempo, araposa-colorada e o puma se converteram em seus inimigos, colaborando com sua erradicação. Apesar de todos os esforços para os deter, os castores continuam expandindo-se, geralmente para o norte, e se calcula que avançam a um ritmo dentre seis e oito quilômetros por ano. Desde 2001, os dois países envolvidos começaram a cooperar em planos orientados ao controle da população de castores, com o propósito final de erradicá-los definitivamente no ano 2015.Introduzidos em uma área onde não habitam seus predadores naturais, como é a Terra do Fogo, os castores modificaram milhares de hectares de terreno e são considerados como uma praga imparável pela população local. Tudo surgiu em 1946, quando o Ministério da Marinha da Argentina liberou 25 casais de castores americanos no nordeste do lago Fagnano e nas margens do rio Claro, localizados naIlha Grande da Terra do Fogo. Com a introdução da espécie planejava-se manter uma população controlada para alimentar a indústria peleteira na região, já que na mesma não tinha espécies que pudessem se utilizar para tais fins. Também se diz que foram levados à zona pela marinha argentina para que fossem caçados e com suas peles se fizessem gorros para os oficiais da própria marinha. No entanto, sua tentativa por manter à população controlada fracassou, pois alguns dos animais se dispersaram seguindo os cursos de água e colonizaram a região. Ao redor de 1964 chegaram nas terras chilenas. Inclusive cruzaram o Canal Beagle, como o prova sua presença na Ilha Navarino, e há evidências de que cruzaram o Estreito de Magalhães, pois se acharam exemplares naPenínsula de Brunswick, chegando portanto ao território continental.
Uma diferença notável entre Terra do Fogo e a maior parte da América do Norte é que nas árvores do sul do continente não crescem ramos, algo que acontece com algumas árvores norte-americanas como sauces e álamos. Graças aos ramos, os bosques norte-americanos são capazes de regenerar-se mais rapidamente que os Da Terra do Fogo. Por esta razão, o castor acopla-se perfeitamente com os bosques de sua zona nativa, enquanto na região da América do sul tende a desequilibrar os ecossistemas. A espécie vegetal que mais viu-se afetada pela atividade dos castores na Terra do Fogo é a Nothofagus pumilio.

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